A versão publicada em 1987 continha cerca de 150 mil vocábulos, sendo "inframédia", na definição do próprio autor, já que o português falado no Brasil possui cerca de 400 mil palavras. Era publicado pela editora Nova Fronteira[1]
A confeccção do léxico teve início ainda nos anos 1950, quando o poeta Manuel Bandeira convidou o então professor da Fundação Getúlio Vargas, Aurélio Buarque, para auxiliar na redação do "Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa", da Civilização Brasileira.[2]
Da equipe formada então integravam Joaquim Campelo Marques e Marina Baird Ferreira (esposa de Aurélio) a que se juntaram mais tarde Margarida dos Anjos, Stella Rodrigo Otávio Moutinho e Elza Tavares Ferreira que, junto ao próprio Aurélio, foram os autores da primeira edição.[2]
A intenção inicial era sua publicação em suplementos da revista O Cruzeiro quando, em 1966, foi contratada a equipe para concluir o trabalho em dois anos, pelo editor Abraham Koogan. A iniciativa fracassa, fazendo com que os próprios colcaboradores fundassem uma editora - a JEMM - com o fim específico de publicar o dicionário. Após sucessivos atrasos, disputas entre os dicionaristas, a iniciativa também não vingou, sendo procurados outros parceiros capazes de custear a iniciativa. Instituições públicas e privadas negaram-se a participar da edição, como a editora José Olympio ou o Banco Itaú, além do próprio Estado.[2]
Com a cassação do político Carlos Lacerda, este se voltara para sua editora, a Nova Fronteira. Com a mediação do cronista Rubem Braga, Lacerda se interessa em publicar a obra. Com os lucros da venda do romance O Exorcista, de William Peter Blatty, finalmente havia capital para custear a primeira tiragem do Dicionário, que veio a se revelar um sucesso editorial.[2]
Sua edição coincide com o período em que no país se dá preferência aos dicionários editados no Brasil, sobre aqueles publicados originalmente em Portugal. Nos primeiros dicionários brasileiros nota-se uma busca pela unificação nacional através do idioma, como nos léxicos da editora Globo da década de 1940: Dicionário Prático da Língua Nacional, de Vicente de Carvalho (1945) e o Dicionário Enciclopédico Brasileiro Ilustrado, de Álvaro Magalhães, este último contando com a colaboração do Érico Verissimo; já no Aurélio essa não é a preocupação maior, embora estejam presentes exemplos da literatura recente, canções e uma busca pela representação de uma "língua viva", sofrendo influência dos meios de comunicação.[3]
O Aurélio passa, no final do século XX a incorporar vocábulos africanos, acompanhando o movimento de globalização, e de internacionalização da língua, que sucede ao período nacionalista.[3]
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